No dia em que se lembrou o centenário da morte de João Simões Lopes Neto, a luta em torno da preservação do legado de um dos mais importantes autores regionalistas do país ganhou maior reforço com o anúncio da instalação, no Centro Histórico, de uma estátua em tamanho natural do escritor pelotense. O projeto, aprovado pela Lei Rouanet, terá patrocínio de R$ 200 mil do Banrisul. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira, na sede Instituto que leva o nome do pelotense.

A obra, provavelmente, será instalada entre a Bibliotheca Pública Pelotense e a prefeitura, locais nos quais ele muito transitava. “Assim como várias cidades homenageiam desta forma seus artistas, Pelotas vai homenagear este grande escritor. É uma maneira de ter Simões mais perto de nós e num espaço público que ele tanto vivenciou”, disse a vice-prefeita Paula Mascarenhas. A novidade integra mais uma ação do Biênio Simoneano, parceria entre governo do Estado, Instituto JSLN, prefeitura e Sesc, que começou em 2015, quando foram celebrados os 150 anos de nascimento de Simões. A execução da escultura em bronze estará a cargo do artista mineiro Leo Santana, conhecido por obras semelhantes como a do poeta Carlos Drummond de Andrade, instalada no calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro.

A ideia é que a estátua de Simões também esteja sentada em um banco para que o público possa interagir com a imagem do escritor, assim como ocorre em outras cidades.

A intenção é que a obra seja concluída ainda este ano, para isto o banco precisa liberar o aporte. “Nossa grande missão é estar presente nestes eventos, fazendo ações que fiquem perpétuas nas comunidades”, disse o presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota.

“Blau Nunes na Feira”
Também nesta terça foi anunciado que este ano a Feira do Livro de Pelotas terá o vaqueano Blau Nunes, personagem de Contos gauchescos, a mais famosa obra de Simões Lopes Neto, como patrono. No final da manhã a comitiva do Banrisul, que esteve no Instituto, uniu-se aos simoneanos para homenagear o escritor em romaria ao Cemitério São Francisco de Paula, na tradicional visita ao túmulo. No local os pesquisadores Fausto Domingues e Mário Mattos falaram sobre a importância da obra de Simões.